No ano de 2003, o então adolescente Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido por “Champinha”, estava com um amigo na zona rural do município paulista de Embu-Guaçu quando avistaram um casal de adolescentes que resolveram acampar naquele final de semana num sítio abandonado. Resolveram assaltar o casal, mas quando descobriram que Liana Friedenbach, de 16 anos, e Felipe Silva Caffé, de 19, não tinham dinheiro, decidiram sequestra-los. A garota sugeriu aos criminosos que pedissem um resgate à sua família.
Champinha (Roberto Aparecido Alves Cardoso) nasceu em Embu-Guaçu (SP) em 1986. Teve uma infância pobre e, desde garoto, já apresentava sinais de psicopatia: uma professora relatou que presenciou o garoto maltratando animais com frieza. Ele também foi acusado de assassinar um morador de rua, mas o crime jamais foi comprovado
Os bandidos levaram então o casal para a residência de outro comparsa e lá passaram o primeiro dia de cativeiro. Na primeira noite, o comparsa conhecido por “Pernambuco”, estuprou Liana pela primeira vez, enquanto Felipe permanecia em outro quarto. No dia seguinte, ao concluírem que Liana era a única a render alguma coisa, decidiram matar o garoto. Pernambuco o executou com um tiro na nuca num matagal próximo.
Os bandidos levaram Liana para a casa de outro comparsa e Pernambuco fugiu para São Paulo. No novo cativeiro Champinha estuprou a adolescente pela primeira vez. Nesse ínterim, a Polícia já procurava pelos adolescentes na mata. Foram achados o celular de Liana e roupas do casal. No terceiro dia de cativeiro a estudante foi estuprada coletivamente e por diversas vezes por Champinha e os outros dois comparsas.
Na madrugada do dia seguinte, Champinha levou a vítima para o mesmo matagal em que Felipe foi morto. Ele tentou degolá-la e, ao falhar, desferiu golpes de faca nas costas e no tórax. Mas ela morreu de traumatismo craniano, quando Champinha golpeou sua cabeça com o lado cego da faca. Os corpos das vítimas só foram encontrados cinco dias depois – e os suspeitos foram localizados e presos poucos dias depois.
Os comparsas de Champinha foram condenados a penas que variaram de 47 anos a 124 anos de reclusão. Champinha, que era menor de idade, foi condenado a três ano de internação na Fundação Casa. Um laudo apontou transtorno de personalidade antissocial e leve retardo mental no criminoso, que, hoje, vive em uma Unidade Experimental de Saúde, sob os cuidados do Estado de São Paulo.