
Imagem: Agência Brasil
No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), cresce o debate sobre a necessidade de reconhecer e evitar expressões racistas que ainda aparecem no cotidiano. Muitas dessas frases são repetidas automaticamente, sem que as pessoas conheçam sua origem ligada ao período de escravização — e acabam perpetuando estereótipos e formas de violência simbólica. Repensar esse vocabulário é parte importante do enfrentamento ao racismo estrutural.
Entre os exemplos mais citados está “a coisa tá preta”, usada para indicar dificuldade ou crise e que associa a cor preta a algo negativo. A recomendação é substituir por frases como “a situação está difícil”. Outro caso comum é o uso de “cabelo ruim”, “cabelo duro” ou “cabelo bombril” para se referir a cabelos crespos ou cacheados — termos que reforçam padrões estéticos eurocêntricos. A alternativa é simples: dizer apenas “cabelo crespo” ou, melhor ainda, só “cabelo”.
Também entram na lista expressões como “mercado negro”, “magia negra”, “humor negro” e “ovelha negra”, que utilizam o termo “negro” como sinônimo de algo ruim, ilegal ou problemático. Especialistas sugerem substituições como “mercado clandestino”, “lista proibida” ou “humor ácido”.
Algumas palavras passam despercebidas, como “boçal”, que originalmente era usada para descrever escravizados que não falavam português. Esse uso desumanizante permanece até hoje em forma de ofensa e reforça estereótipos históricos.

