A Polícia Civil de Goiás confirmou que a empresa R West, que mantinha escritório em Catalão, operava um esquema de pirâmide financeira, causando prejuízos a dezenas de pessoas no município e em outras regiões do país. A informação foi confirmada pelo delegado Pedro Manuel Democh, da 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Catalão, responsável pelas investigações.

De acordo com o Delegado Pedro Manoel, mais de 130 vítimas já registraram ocorrência em Catalão; investigação aponta atuação interestadual e possível crime contra o sistema financeiro nacional
Segundo o delegado, a empresa se instalou na cidade em meados de outubro e, desde o início, já apresentava indícios de irregularidades. “Naquele momento, orientamos os responsáveis sobre a possibilidade de se tratar de uma pirâmide financeira. Infelizmente, isso se confirmou nesta última semana”, afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, o esquema funcionava por meio da captação de recursos sem lastro em atividade econômica real. “Não há investimento nem negócio legítimo. O dinheiro dos novos participantes era utilizado para pagar quem já estava no sistema, o que torna o modelo insustentável”, explicou o delegado. Conforme detalhado, quando a entrada de novos aportes diminui, o sistema entra em colapso.
Durante as apurações, foi identificado que os valores movimentados variavam entre R$ 200 e até R$ 120 mil por vítima. Até o momento, mais de 130 pessoas já registraram ocorrência apenas em Catalão, número que pode aumentar, já que novos registros continuam sendo feitos.
A investigação também revelou que a empresa utilizava diversas contas bancárias, vinculadas a pessoas jurídicas, como forma de dificultar o rastreamento do dinheiro. Diante disso, a Polícia Civil solicitou à Justiça o bloqueio das contas identificadas, embora exista a possibilidade de que parte dos valores já tenha sido transferida antes da medida.
Negócio ilegal também em outros estados
Outro ponto destacado pelo delegado é que o esquema ultrapassa os limites de Goiás. Há indícios de atuação da R West em outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e Roraima, o que caracteriza repercussão interestadual. Além disso, a empresa não possui registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que pode configurar crime contra o sistema financeiro nacional. Por esse motivo, o caso será encaminhado para análise da Polícia Federal.
Sobre os responsáveis pelos escritórios locais, o delegado explicou que a situação ainda será analisada com cautela. Embora não façam parte do núcleo principal da organização, eles podem ser responsabilizados caso fique comprovado que assumiram o risco ao divulgar e operar a empresa sem as devidas verificações legais.


