Defesa de rapaz que matou o ex-sogro alega que ele estava em surto psicótico quando cometeu o crime; especialistas comentam
Na noite da última quarta-feira (29), a Polícia Civil prendeu o ex-servidor público Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, por matar o ex-sogro, João do Rosário Leão, com um tiro na cabeça, em Goiânia. A defesa de Felipe informou que iria solicitar um exame de insanidade mental para ele pois, possivelmente, o rapaz estaria em um surto psicótico quando cometeu o crime. De acordo com o advogado de defesa, Júlio Brito, “não precisa ser médico para saber que normal Felipe não estava”.
Em entrevista ao Mais Goiás, três advogadas criminalistas explicaram que essa estratégia é bastante comum nas defesas de alguns suspeitos. Isso porque, deseja-se provar que se alguém cometeu um crime, como neste caso o homicídio, é porque não tinha capacidade de discernir entre o certo e o errado.
O pedido de exame de insanidade mental é, segundo as especialistas, uma tentativa válida e que toda pessoa tem direito. No entanto, ele não significa que, automaticamente, o investigado é inocente por não ter consciência de seus atos. Na realidade, o resultado do exame poderá, inclusive, mostrar que aquela pessoa investigada sabia exatamente o que estava fazendo quando cometeu o crime.
“É bem comum, sim. O acusado pode recorrer a qualquer meio de prova para provar sua inocência. Isso significa que ele tem direito a fazer o exame de insanidade mental. Mas o resultado do laudo pode ser pela total inimputabilidade dele, pela semi imputabilidade ou pode ainda dizer que o acusado era totalmente capaz no momento da ação“, explica a advogada criminalista e secretária-geral da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Isadora Costa Correa.