Banner Equatorial
Início » “Estado hipertrofiado é o grande vilão”, diz Caiado na Folha

“Estado hipertrofiado é o grande vilão”, diz Caiado na Folha

de Antônio Paulino
13 visitas

Em artigo publicado na Folha de S. Paulo deste sábado (29/12), o senador Ronaldo Caiado (Democratas-GO) apontou a atual “hipertrofia do Estado” como fonte principal da crise no país.

Para o senador, o momento atual se configura como “uma daquelas encruzilhadas históricas” após o atual Governo Temer seguir a mesma linha de seus antecessores, o que ajudou a ampliar “mazelas históricas” da sociedade e contribuiu para a escalada da miséria, do desemprego e da violência no país.

“O grande vilão do desconcerto que vivemos – político, econômico, social e moral – é o Estado hipertrofiado, disfuncional e ingovernável, paraíso dos que chegam à vida pública não para servir, mas para delinquir. O ambiente tornou-se convidativo.
O que temos assistido nestes últimos anos – 13 anos e meio da Era PT e o ano e meio de governo Temer – é a potencialização, num grau impensável, de mazelas históricas. Corrupção sempre tivemos, mas não na escala que se estabeleceu, sistêmica, que banalizou o bilhão e até o trilhão”, acusou.

Caiado defendeu uma reforma de estado que busque “refundar a república”, tornando o Estado “servidor da sociedade”. “A equação é simples; consiste em tornar o Estado servidor da sociedade. Essa a luta que continuarei a travar, não importa se no Executivo ou no Legislativo”, concluiu.

DESPEDIDA
O senador Ronaldo Caiado também anunciou que este foi o último artigo publicado na coluna especial que sustentou aos sábados na Folha de S. Paulo por conta do ano eleitoral de 2018. “Em 2018, darei início à campanha para governador de Goiás e, nos termos das regras acordadas com este jornal, não me será possível acumular a condição de candidato com a de articulista. Foi um período profícuo, em que tive o privilégio de me dirigir a uma plateia empenhada em decifrar esta esfinge que é o Brasil contemporâneo”, agradeceu.
——————-

Hipertrofia do Estado é a fonte da crise

Caros leitores, este artigo encerra uma fase de colaboração minha com esta Folha, iniciada em julho de 2015. Em 2018, darei início à campanha para governador de Goiás e, nos termos das regras acordadas com este jornal, não me será possível acumular a condição de candidato com a de articulista. Muito justo.

Agradeço a oportunidade que me foi dada e espero em algum momento futuro retomá-la. Foi um período profícuo, em que tive o privilégio de me dirigir a uma plateia empenhada em decifrar esta esfinge que é o Brasil contemporâneo.

Penso ter colaborado. Procuro exercer a política, hoje tão aviltada, nos termos em que a concebia Aristóteles, como a mais nobre das atividades humanas. Acredito na política e creio que só ela é capaz de solucionar os problemas que ela mesma cria.

Vejo o Brasil diante de uma daquelas encruzilhadas históricas que definem por gerações o destino das nações. O colapso institucional – natureza da presente crise – é também a oportunidade de refundar a República, em bases mais sólidas, do ponto de vista moral e estrutural.

A crise acordou a sociedade, que se tornou participativa, atuante, manifestando-se nas redes sociais, hoje convertidas em tribuna livre da cidadania. É ali que o embate eleitoral já está sendo travado. Com todas as impurezas decorrentes do facciosismo que invadiu as redes, há a voz do cidadão comum, até há pouco um ente passivo, que hoje se faz ouvir. E ai de quem o ignorar!

O grande vilão do desconcerto que vivemos – político, econômico, social e moral – é o Estado hipertrofiado, disfuncional e ingovernável, paraíso dos que chegam à vida pública não para servir, mas para delinquir. O ambiente tornou-se convidativo.

O que temos assistido nestes últimos anos – 13 anos e meio da Era PT e o ano e meio de governo Temer – é a potencialização, num grau impensável, de mazelas históricas. Corrupção sempre tivemos, mas não na escala que se estabeleceu, sistêmica, que banalizou o bilhão e até o trilhão.

O que já veio à tona até aqui – e ainda há mais por vir – nos coloca como campeões mundiais em corrupção. O que se desviou dos cofres públicos é superior ao PIB de muitos países.

A lenda de que o PT tirou milhões da pobreza é outra balela recentemente desmentida: pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sustenta o contrário.
Entre 2014 e 2015, segundo mandato de Dilma Rousseff, nada menos que 4,1 milhões de brasileiros ingressaram na linha da pobreza. Desse total, 1,4 milhão estão na extrema pobreza. Na miséria. Os dados fazem parte do Radar IDHM, estudo realizado pelo Ipea com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.

Somem-se a esses dados os 14 milhões de desempregados, que os petistas querem lançar na conta de Michel Temer. Faria sentido apenas se se considerasse que Temer foi vice de Dilma e apoiou todos os governos petistas, sendo assim, ainda que figurativamente, parceiro na construção dessa tragédia.

O Brasil é ainda campeão mundial em homicídios – cerca de 70 mil por ano – e exibe os piores índices de desempenho escolar do planeta. É esse o passivo que temos de resolver. Os números assustam, mas o Brasil é bem maior que seus problemas. Há saída.

O diagnóstico é o ponto de partida para a terapêutica. Já o temos. Reformando o Estado, tornando-o mais enxuto, transparente e funcional, daremos um grande passo para reorganizar o país.

A equação é simples; consiste em tornar o Estado servidor da sociedade. Essa a luta que continuarei a travar, não importa se no Executivo ou no Legislativo.

Caiado-Folha

0 comentario
0

Deixe um comentário