Juliana deixou Itapaci (GO), a 220 km de Goiânia, há três anos, para estudar contabilidade na capital. Logo conseguiu emprego como auxiliar administrativa numa construtora. Trabalhava de dia e estudava à noite. “Ela sempre trabalhou, desde os 14 anos, em padaria e lojas de roupas, para ajudar minha mãe”, lembra a irmã, Mirian, 24.
Seu plano era se formar e voltar para a terra natal. Considerava Goiânia perigosa. Em Itapaci, deixara a mãe, dona de casa, o pai, funcionário aposentado da fábrica de biscoitos Mabel, dois irmãos e dois sobrinhos, por quem era muito apegada. Vivia levando presentes para as crianças, conta a irmã.
No dia 22 de julho, uma terça-feira, fez 22 anos e combinou de ir na sexta seguinte comemorar a data com uma amiga de infância e o namorado, num restaurante perto da quitinete onde morava. Fazia apenas duas semanas que havia começado o namoro.
Quando o carro dirigido pelo namorado parou em um semáforo, um motociclista armado aproximou-se do veículo e, sem dizer nada, disparou duas vezes contra Juliana, que mexia no celular no momento do crime. Ela morreu com um tiro no pescoço e outro no tórax.
Juliana iria se formar em janeiro de 2016. O corpo foi enterrado em 27 de julho, em Itapaci.