A discussão sobre enviar ou não Marcola e as outras das principais cabeças do PCC do sistema estadual para as penitenciárias federais é antiga. No começo de dezembro do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo publicou a informação de que a promotoria havia pedido a remoção de Marcola.
Com a informação pública, o temor do juiz era de que presos em liberdade provisória fossem arregimentados pela organização criminosa “em reação contra as forças públicas e a própria população civil, caso as transferências dos líderes estivessem decididas e autorizadas justamente naquela época”.
O plano do PCC
São Paulo estava sob tensão desde que foi descoberta a intenção do PCC de resgatar Marcola da Penitenciária II de Presidente Venceslau, no oeste do Estado.
A organização criminosa fizera um plano minucioso e caríssimo para tirar seu líder do xadrez. Incluía uma fuga de avião e o emprego de mercenários.
Quando o plano foi descoberto, em outubro, as autoridades deslocaram grande contingente policial para defender o presídio.
Na época, a possibilidade de enviar Marcola e outros figurões do crime para o Sistema Penitenciário Federal começou a ser discutida, mas enfrentava resistências.
Setores do governo Estadual ligados à segurança pública temiam uma represália da facção. Em 2006, o mesmo PCC aterrorizou o Estado em resposta à transferência de Marcola e outros criminosos para um regime disciplinar mais duro.
Sorci não gostou da indecisão do Palácio dos Bandeirantes. “O enfrentamento do crime organizado é uma política de Estado. Não pode ser política do político”, afirmou. Segundo ele, o envio dos líderes do PCC para custódia federal se tratava de uma decisão técnica.
Os 22 integrantes do PCC foram levados para três penitenciárias federais diferentes: Brasília (DF), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).
Responsável pelos presídios federais, o Ministério da Justiça não informa para onde cada criminoso foi. Alega questões de segurança.