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Livro amplia aprendizado e melhora relações entre crianças e adultos

de Antônio Paulino
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O poder da leitura, especialmente nos primeiros anos de vida, vai além do aprendizado e do enriquecimento do vocabulário. A leitura literária fortalece o vínculo entre crianças e adultos, criando momentos de convivência em família em tempos de alta exposição às telas. No ambiente escolar, a prática também se destaca por aumentar o engajamento dos alunos e favorecer um clima mais acolhedor e positivo para a aprendizagem.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2020) revelou que o gosto pela leitura é, na maioria das vezes, incentivado por professores (11%), seguido pelas mães ou responsáveis do sexo feminino (8%) e pelos pais ou responsáveis do sexo masculino (4%). Ler em família é uma ação frequente, com 49% das crianças compartilhando momentos de leitura com seus familiares. No entanto, um estudo do Ministério da Saúde realizado em 2023 aponta que 24% das crianças brasileiras menores de 5 anos ainda não têm acesso a livros infantis ou de figuras em casa.

Para Malu Carvalho, pedagoga e especialista em literatura para infâncias do Grupo Eureka, formar leitores é um grande desafio que deve ser assumido coletivamente. “Essa responsabilidade não é apenas da família ou da escola; é de toda a comunidade. Quando o livro está presente nas casas, a literatura faz muito mais sentido para as crianças. No entanto, sabemos que essa ainda não é a realidade de muitos lares. Por isso, a escola pode convidar as famílias a participarem desse processo, promovendo ações como oficinas de leitura e palestras”, sugere.

Em Puxinanã, na Paraíba, a professora Adrielly Rayanne Dantas da Silva percebeu como os livros transformam o ambiente escolar e melhoram a aprendizagem. Lecionando na Escola Municipal Cícero Gonçalves dos Santos, ela implementou o Leitômetro, um índice que registra os livros lidos por cada aluno. “Eu esperava que cada um lesse um livro por semana, mas a motivação foi tanta que alguns já leram mais de 115 livros neste ano“, conta. O impacto foi expressivo: a turma dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que no início apresentava 0% de adequação no Compromisso Nacional da Criança Alfabetizada, atingiu 63% na segunda avaliação, com a maioria dos alunos se tornando leitores fluentes.

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