O vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, morava com a mãe e os avós maternos em um bairro pobre da periferia de Goiânia. Ele trabalhava como vigilante terceirizado em uma maternidade pública, uma das maiores de Goiás. Ele revelou para a polícia que foi vítima de abuso sexual quando tinha 11 anos e sofria bullying na escola por causa do jeito desengonçado.
Depois da prisão, a polícia divulgou trechos do depoimento do vigilante. Thiago Henrique Rocha dava um número para cada vítima de acordo com a ordem dos homicídios. Em entrevista à TV Record, ele admitiu alguns crimes.
— Eu cometi alguns crimes, estou colaborando e estou muito arrependido pelo que eu fiz, né?
Ele contou o que sentia no momento das mortes.
— Era uma força maior do que eu. Não tinha como segur
ar. O vigilante disse ainda que acompanhava pela imprensa a repercussão dos crimes.
Os vizinhos ficaram chocados com a notícia que ele era um assassino em série, como conta Divina Rosa Tavares.
— Gente, pelo amor de Deus, a gente com medo lá do centro ou noutro lugar, sem saber que estava aqui na minha porta. Nossa, e eu tenho três filhas jovens, bonitas, cabelão comprido igual ele estava matando.
Um vizinho, que não quis se identificar, conta que sempre estranhou o comportamento de Rocha.
— Ele parava debaixo da árvore e ficava olhando para os vizinhos fixamente, sem piscar os olhos. Com aquele olhar frio. A gente ficava com medo, mas como a gente vai fazer alguma coisa?
Logo depois de ser detido, o suspeito tentou se matar cortando os pulsos com cacos de uma lâmpada da cela. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros. O advogado do vigilante, Thiago Huascar, afirmou que até agora não conseguiu entender o comportamento do cliente.
— Ele é muito difÍcil de conversa. Ele olha de uma maneira diferente, meio ansioso, com medo, até depois que ele tentou o suicídio, levou os pontos, eu perguntei pra ele: “Por que você fez isso? O que está acon
tecendo? Tentaram fazer alguma coisa com você?” E ele: “Não, não aguento ficar abafado”. Isso foi o que ele me disse. Eu fui tentar perguntar sobre o caso e ele se manteve em silêncio. Até para a defesa, está difícil trabalhar.