A neurologista Cláudia Soares Alves, 42, foi demitida do cargo de professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, após ser acusada de sequestrar uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da instituição, em julho de 2024. Ela responde na Justiça de Goiás por falsidade ideológica e tráfico de pessoas, crimes pelos quais chegou a ser presa em flagrante.

O caso ocorreu na noite de 23 de julho de 2024, quando a médica entrou no HC-UFU se passando por funcionária da instituição
A decisão de afastamento definitivo foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (3). De acordo com a portaria, a médica descumpriu artigos da Lei nº 8.112/1990, que rege o funcionalismo público federal, ao não manter conduta compatível com a moralidade administrativa e ao se valer do cargo para obter proveito pessoal.
Em nota, a UFU informou que a medida foi resultado de um processo administrativo disciplinar instaurado em agosto do ano passado. Durante a investigação, testemunhas foram ouvidas e documentos analisados, além de ter sido assegurado o direito de defesa da servidora.
O crime em Uberlândia
O caso ocorreu na noite de 23 de julho de 2024, quando a médica entrou no HC-UFU se passando por funcionária da instituição. Usando o nome falso de “Amanda”, ela convenceu os pais de uma recém-nascida de que levaria a criança para se alimentar. A bebê foi escondida dentro de uma mochila e retirada do hospital em menos de 30 minutos.
A ação só foi descoberta após funcionários notarem inconsistências na história da mulher e acionarem a segurança. O pai da criança relatou à polícia que chegou a acompanhar parte da movimentação da suspeita, mas acreditava que sua filha estava sendo atendida por enfermeiras.
Captura em Goiás
Após o desaparecimento ser confirmado, a Polícia Militar de Minas Gerais iniciou buscas pela região. Câmeras registraram a passagem de um Toyota Corolla pela BR-365 em direção a Itumbiara (GO), cidade a 134 km de Uberlândia.
Na manhã seguinte, policiais civis encontraram a recém-nascida na casa da médica em Itumbiara, sob os cuidados de uma funcionária. Cláudia foi presa ao retornar para o imóvel. No carro dela, havia roupas, sapatos e bolsas pertencentes à bebê.
Perfil
Com mais de 9 mil seguidores nas redes sociais, Cláudia se apresentava como “neurologista apaixonada pela medicina”. Em seu currículo, informava ter residência em clínica médica pela UFU, além de especialização em medicina interna e neurologia. Desde 2019, também lecionava na Universidade Estadual de Goiás (UEG).
A médica permanece respondendo na Justiça de Goiás pelos crimes de tráfico de pessoas e falsidade ideológica.