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Projeto de Jamil Calife pode render R$ 2,75 bilhões a Goiás com créditos de carbono e transformar infraestrutura do Estado

de Antônio Paulino
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O deputado estadual Jamil Calife (PP) apresentou, na última quinta-feira, 7, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o projeto de lei nº 19105/25, que autoriza o Poder Executivo a comercializar créditos de carbono gerados em florestas públicas e nas faixas de domínio das rodovias estaduais. Além disso, a proposta permite que o Governo atue como intermediador nas negociações com empresas, cooperativas e outras instituições privadas.

Deputado Jamil Calife Foto: Alego

A medida prevê unir desenvolvimento econômico, preservação ambiental e segurança financeira para as próximas gerações, colocando Goiás na vanguarda da economia verde no Brasil.

Potencial bilionário e sustentável

De acordo com dados da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Goiás possui 1.472.399,12 hectares de florestas ou áreas de reflorestamento e 84 mil hectares de faixas de domínio nas rodovias estaduais, que podem ser reflorestadas. Isso possibilitaria a certificação de 6.770.336,17 créditos de carbono, atualmente cotados a US$ 74 cada.

O potencial de arrecadação é de R$ 2.750.516.773,23 (cerca de dois bilhões e setecentos e cinquenta milhões de reais). Segundo o parlamentar, trata-se de uma fonte de receita nova, que não reduz arrecadação existente e ainda estimula a regularização fundiária e a valorização de propriedades ambientalmente sustentáveis.

O projeto se baseia nas diretrizes do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e no Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, mecanismos que permitem que empresas adquiram créditos para compensar suas emissões e, ao mesmo tempo, fomentem o desenvolvimento sustentável.

Investimentos estratégicos

O projeto de Jamil Calife defende que essa arrecadação seja direcionada para três áreas estratégicas:

1. Duplicação de rodovias
Rodovias duplicadas aumentam a segurança, reduzem acidentes e melhoram o fluxo de tráfego, impulsionando a logística e o turismo. Um exemplo é o da BR-101, no Rio Grande do Norte, cuja duplicação reduziu o tempo de viagem entre Natal e João Pessoa em 44% (de 2h30 para 1h40) e diminuiu em 46,15% os acidentes fatais, além de estimular o turismo e a economia local.

2. Implantação de hidrovias
A implantação de hidrovias representa uma alternativa de transporte mais econômica e sustentável para cargas pesadas e volumosas, ao mesmo tempo em que reduz o desgaste das rodovias. Um exemplo é a Hidrovia Tietê–Paraná, que conecta regiões produtoras ao porto de Santos e pode reduzir os custos logísticos em até 62% quando comparada ao transporte rodoviário. Já a Hidrovia do Rio Madeira, entre Amazonas e Rondônia, agiliza o escoamento de grãos e minérios, fomentando o desenvolvimento econômico e a competitividade regional.

3. Usinas fotovoltaicas
As usinas fotovoltaicas garantem a geração de energia limpa, reduz os custos públicos com eletricidade e criam novas oportunidades de trabalho. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), cada megawatt instalado pode gerar cerca de 30 empregos diretos e indiretos. Um exemplo bem-sucedido é o da usina solar flutuante instalada no reservatório da Hidrelétrica de Balbina, que aproveitou áreas alagadas para produzir energia renovável, reduzir emissões e contribuir para a conservação ambiental.

Objetivo a longo prazo

O deputado também propõe a criação de uma poupança pública, garantindo que parte da receita seja preservada para proteger Goiás de crises financeiras e arrecadatórias no futuro. A ideia é que os recursos sirvam para investimentos de cunho geracional, capazes de sustentar o desenvolvimento econômico e social mesmo diante de eventuais instabilidades.

Estamos falando de um projeto que alia preservação ambiental, geração de emprego, infraestrutura e segurança financeira. É uma oportunidade única de transformar a realidade de Goiás, hoje e no futuro”, afirma Jamil Calife.

Se aprovado, o projeto poderá duplicar milhares de quilômetros de rodovias, criar novas rotas hidroviárias, instalar usinas solares e gerar empregos em diversas frentes, tudo isso com base na riqueza ambiental do próprio Estado.

Com a proposta, Goiás se coloca como protagonista na agenda climática e econômica, mostrando que desenvolvimento e sustentabilidade podem caminhar lado a lado.

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