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Tempo de transformação

de Antônio Paulino
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(Por Luís Estevam)

O município de Catalão, desde o início do século atual, passa por uma grande reestruturação, oferecendo novas oportunidades de vida para os moradores. A cidade pacata e interiorana de antigamente não existe mais. A população dobrou, assim como também as demandas sociais e de infraestrutura. 

Exigências da modernidade.  Não fosse a ação firme e eficaz do setor público municipal, a cidade teria experimentado o caos, devido ao aumento das necessidades de saúde, moradia, educação e segurança pública. Na verdade, foram duas décadas de trabalho e de enfrentamento das crescentes dificuldades.

Como agravante, foi um período em que o município esteve, na maior parte, sem apoio do governo estadual e sem representantes no âmbito federal. 

O segredo do acerto da administração Adib Elias Júnior sempre foi a eterna vigilância. Por menor que fosse o problema, era enfrentado na origem e solucionado de forma racional. São acontecimentos que ficarão na história política da região. 

Na esfera cultural, nestas duas últimas décadas, Catalão ganhou um museu, uma biblioteca (que abriga cerca de 40 mil livros) e uma sede para a academia de letras. A cidade exibe ainda sua praça central revitalizada com o Obelisco do Centenário (torre do relógio), o prédio da Fundação Cultural inteiramente restaurado e um importante recanto histórico no Córrego do Almoço. 

Logo será inaugurada a Praça do Córrego do Almoço. Sem dúvida, um grande presente da geração atual para os catalanos do futuro. Uma certidão de nascimento da cidade e a raiz mais profunda de nossa fundação. 

O projeto tem vários significados. Primeiro comprova que a modernidade não conseguiu  apagar a tradição e os valores históricos do município. A cidade atravessa um período de transformação radical, mas o respeito à memória coletiva norteia as ações da administração municipal. 

Aquele local é sagrado. É a maior referência cultural que temos de nossa origem. 

Os bandeirantes nunca iriam imaginar que, ao passar por aqui, estariam delimitando as fronteiras meridionais do futuro estado de Goiás. 

Aqui começou Goiás. O único estado brasileiro que carrega, em seu nome, a lembrança de seus primeiros moradores: os indígenas goyases. 

Os demais estados ganharam nomes de santos, rios ou de acidentes geográficos. Mas, a Capitania dos Goyases virou Província de Goyaz e posteriormente Estado de Goiás, eternizando, no nome do território, os seus habitantes originais.

O Córrego do Almoço tem um sentido muito especial. Foi o portal de entrada e saída da cidade. Por ali recebíamos quem era bem vindo e por ali eram expulsos os moradores indesejáveis. O manancial serviu de referência para todas as gerações antigas de Catalão. 

O lugar esteve esquecido por quase 60 anos, desde um projeto de revitalização realizado pelo prefeito Paulo Hummel e, bem depois, um parque de conservação feito pelo prefeito Velomar Rios, que criou uma área de lazer a montante do córrego. 

Agora, finalmente, o terreno baldio foi transformado em bela praça histórica e cultural. Uma realização oportuna e admirável. 

Sem dúvida, o tempo de toda essa transformação irá ficar registrado na história de Catalão. 

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