Outras 10 pessoas, incluindo despachantes de cartórios, são investigadas por usar o sistema do órgão para obter vantagens financeiras há cerca de dois anos.
As prisões, conforme o presidente do Detran, Waldir Soares (delegado Waldir), ocorreram neste domingo, 31. Os suspeitos são uma servidora da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Paranaiguara e um vistoriador de Cachoeira Alta. A dupla, porém, acabou sendo liberada. Uma terceira pessoa é considerada foragida.
Funcionários de Goiânia e São Simão também podem fazer parte da organização criminosa, assim como membros do vapt-vupt de Quirinópolis. O órgão investiga ainda 20 Ciretrans que estariam praticando a mesma conduta criminosa.
“Estivemos em três destes municípios e fizemos a apreensão de mais de 3 mil documentos. Essa servidora de Paranaiguara estava a menos de 30 dias no serviço e já estava na prática criminosa. Ela foi indicada pelo prefeito depois que um outro servidor foi afastado suspeito de participar do mesmo esquema”, explicou Waldir.
O servidor apontado pelo presidente do Detran foi afastado das funções há cerca de um mês, durante a primeira fase da operação na cidade. Ao todo, em um ano, três pessoas indicadas pelo prefeito de Paranaiguara, José Carlos Barbosa (PSC), deixaram o órgão suspeitos de fraudes. O Jornal Opção procurou a prefeitura para que se posicionasse, mas não obteve retorno.
Entre os crimes praticados, conforme Waldir, estão a transferência ilegal de veículos, além do registro de veículos furtados em outros estados que foram regularizados em Goiás. Em alguns casos, os servidores chegaram a efetuar transferências veiculares sem a vistoria, com Certificado de Registro de Veículo (CRV) adulterado e até sem o documento. A quadrilha cobrava entre R$ 500 e R$ 5 mil para realizar o “serviço”. O prejuízo aos cofres públicos é incalculável.